Os textos abaixo servirão de base reflexiva para a sua produção textual. Leia-os com atenção e evite plágios.
Texto 1
Prostituição infantil cresce 500% em Natal
15/01/2006 - Tribuna do Norte
Itaércio Porpino - Repórter
A prostituição de menores em Natal deu um salto espantoso nos últimos quatro anos. De 2002 para 2005, a estatística só subiu, passando, nesse intervalo, de 22 para 130 casos, segundo registro da Delegacia da Criança e do Adolescente. Um aumento de 500%, muito embora a gravidade da questão não tenha se dado na mesma escala, — há sempre que se considerar a subnotificação, principalmente nos primeiros anos. Nas ruas, entretanto, é visível o quanto é difícil contar os jovens se prostituindo.
A estatística é referente às ocorrências e denúncias registradas na Delegacia da Criança e do Adolescente. O grande e gradativo aumento nos registros é atribuído, em grande parte, à maior divulgação do telefone 0800 para denúncia. O promotor de Defesa da Criança e do Adolescente, Manoel Onofre de Souza Neto, diz que principalmente em 2004 houve um trabalho intenso de divulgação desse telefone.
“Naquele ano foi realizada uma campanha grande de divulgação. Esse crescimento reflete muito a atuação da comunidade, em resposta à campanha. Nos anos anteriores aconteciam muitos casos também, mas como não se denunciava ninguém ficava sabendo. E ainda hoje há subnotificação”, disse Onofre.
O promotor, no entanto, crê que o turismo sexual infanto-juvenil esteja mesmo crescendo na cidade. Um dos fatores determinantes, segundo ele, é a questão sócio-cultural. O turismo também contribui. Com o maior fluxo de pessoas e de dinheiro, a tendência, segundo Onofre, é haver um aumento na oferta. O delegado da Delegacia da Criança e do Adolescente, Marcelo Marcos Alves de Lima, confirma a relação das denúncias e ocorrências com o turismo. “Existem muitos casos em que há essa ligação”, disse.
Segundo Manoel Onofre, Ponta Negra, Redinha e a Praia do Meio são pontos onde é possível flagrar meninas e também meninos — em número bem menor — se prostituindo. O cruzamento da avenida da Integração com a Prudente de Morais é outro ponto. Inclusive, em 2004 a TRIBUNA DO NORTE chegou a flagrar essas meninas em ação durante todo um dia.
O problema, segundo o promotor de Defesa da Criança e do Adolescente, é que o município não dispõe de políticas públicas para combater o problema. “A ação da Prefeitura é de abordagem, policialesca, portanto insuficiente e ineficaz. De nada adianta tirar essas meninas das ruas, como é feito, sem ter um trabalho articulado com outros órgãos. É preciso dar apoio psicológico e gerar renda”, disse o promotor.
De acordo com Manoel Onofre, Natal tem seu Plano Municipal de Enfrentamento à Violência e Exploração Sexual Infanto-juvenil, mas infelizmente as diretrizes discutidas nunca saíram do papel. “Ele foi elaborado mas falta viabilizar. Nem o eixo que trata da análise da situação saiu. E ele é um dos mais importantes para as ações começarem a ser implementadas. Tudo começa desse ponto, pois primeiro é preciso saber quem e quantos são esses jovens, onde eles ficam e de onde vêm”.
Desde o início de 2005 que Onofre bate nessa tecla. No ano passado, ele fez críticas por ocasião da divulgação do Relatório da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, que incluiu 22 cidades do Rio Grande do Norte entre os 937 municípios brasileiros com problemas de exploração sexual infanto-juvenil. No relatório, Natal e Mossoró apareceram como os municípios com a pior situação. Na capital, a pesquisa detectou a existência de tráfico, turismo sexual, prostituição e pornografia de crianças e adolescentes para fins comerciais.
Itaércio Porpino - Repórter
A prostituição de menores em Natal deu um salto espantoso nos últimos quatro anos. De 2002 para 2005, a estatística só subiu, passando, nesse intervalo, de 22 para 130 casos, segundo registro da Delegacia da Criança e do Adolescente. Um aumento de 500%, muito embora a gravidade da questão não tenha se dado na mesma escala, — há sempre que se considerar a subnotificação, principalmente nos primeiros anos. Nas ruas, entretanto, é visível o quanto é difícil contar os jovens se prostituindo.
A estatística é referente às ocorrências e denúncias registradas na Delegacia da Criança e do Adolescente. O grande e gradativo aumento nos registros é atribuído, em grande parte, à maior divulgação do telefone 0800 para denúncia. O promotor de Defesa da Criança e do Adolescente, Manoel Onofre de Souza Neto, diz que principalmente em 2004 houve um trabalho intenso de divulgação desse telefone.
“Naquele ano foi realizada uma campanha grande de divulgação. Esse crescimento reflete muito a atuação da comunidade, em resposta à campanha. Nos anos anteriores aconteciam muitos casos também, mas como não se denunciava ninguém ficava sabendo. E ainda hoje há subnotificação”, disse Onofre.
O promotor, no entanto, crê que o turismo sexual infanto-juvenil esteja mesmo crescendo na cidade. Um dos fatores determinantes, segundo ele, é a questão sócio-cultural. O turismo também contribui. Com o maior fluxo de pessoas e de dinheiro, a tendência, segundo Onofre, é haver um aumento na oferta. O delegado da Delegacia da Criança e do Adolescente, Marcelo Marcos Alves de Lima, confirma a relação das denúncias e ocorrências com o turismo. “Existem muitos casos em que há essa ligação”, disse.
Segundo Manoel Onofre, Ponta Negra, Redinha e a Praia do Meio são pontos onde é possível flagrar meninas e também meninos — em número bem menor — se prostituindo. O cruzamento da avenida da Integração com a Prudente de Morais é outro ponto. Inclusive, em 2004 a TRIBUNA DO NORTE chegou a flagrar essas meninas em ação durante todo um dia.
O problema, segundo o promotor de Defesa da Criança e do Adolescente, é que o município não dispõe de políticas públicas para combater o problema. “A ação da Prefeitura é de abordagem, policialesca, portanto insuficiente e ineficaz. De nada adianta tirar essas meninas das ruas, como é feito, sem ter um trabalho articulado com outros órgãos. É preciso dar apoio psicológico e gerar renda”, disse o promotor.
De acordo com Manoel Onofre, Natal tem seu Plano Municipal de Enfrentamento à Violência e Exploração Sexual Infanto-juvenil, mas infelizmente as diretrizes discutidas nunca saíram do papel. “Ele foi elaborado mas falta viabilizar. Nem o eixo que trata da análise da situação saiu. E ele é um dos mais importantes para as ações começarem a ser implementadas. Tudo começa desse ponto, pois primeiro é preciso saber quem e quantos são esses jovens, onde eles ficam e de onde vêm”.
Desde o início de 2005 que Onofre bate nessa tecla. No ano passado, ele fez críticas por ocasião da divulgação do Relatório da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, que incluiu 22 cidades do Rio Grande do Norte entre os 937 municípios brasileiros com problemas de exploração sexual infanto-juvenil. No relatório, Natal e Mossoró apareceram como os municípios com a pior situação. Na capital, a pesquisa detectou a existência de tráfico, turismo sexual, prostituição e pornografia de crianças e adolescentes para fins comerciais.
Texto 2
Fantástico mostrou como funciona o turismo sexual nos dois estados.
Agências na Alemanha vendem pacotes que têm mulheres como atrativo.
Do G1, em São Paulo
As polícias civis do Rio Grande do Norte e de Pernambuco começaram a apurar as denúncias de favorecimento à prostituição que foram apresentadas em uma reportagem do Fantástico, neste domingo (13).
A Secretaria de Estado da Segurança e da Defesa Social do Rio Grande do Norte vai realizar uma reunião com representantes do Ministério Público, juizado da Infância e da Juventude, das polícias Civil, Militar e Federal para investigar o que está acontecendo na região da praia da Ponta Negra, em Natal.
A reportagem do Fantástico mostrou que a praia tem muitos estrangeiros que procuram diversão em um centro comercial cheio de bares. O local funciona como se fosse uma feira do sexo. Alguns comerciantes colocam avisos em inglês: “Aqui não há turismo sexual”. Do lado de fora, na saída dos frequentadores, há venda de cocaína.
No Recife, um pacote comprado por meio de uma agência de turismo alemã sai por cerca de 1,6 mil euros, o equivalente a R$ 3,7 mil. A hospedagem é feita em um hotel considerado como ideal para solteiros, em Boa Viagem.
O sócio do lugar contou, durante a reportagem do Fantástico, que a pousada tem as melhores camas e os melhores colchões da capital pernambucana e que nem parece uma casa de prostituição.
"Recebemos as imagens da reportagem e instauramos um inquérito policial para apurar o crime de favorecimento à prosituição", disse o delegado João Gustavo Godói Ferraz, responsável pela Delegacia de Polícia de Boa Viagem.
Texto 3
Prostituição: glamour ou destruição?
Qui, 24 de Março de 2011
*Gilmaci Santos
O filme Bruna Surfistinha é atualmente uma das maiores e mais promovidas produções cinematográficas brasileiras. Em apenas dez dias de exibição, o longa ultrapassou a marca de um milhão de espectadores. E não é por menos, o roteiro vai pelo caminho de tantas outras receitas de sucesso que procuram colocar na tela uma história baseada em um fato real. Neste caso, a história de uma prostituta que tem muitos sonhos.
Não tiro os méritos do filme enquanto produto cinematográfico, mas cabe salientar que uma produção deste tipo não esgota o assunto. A prostituição é algo que vai muito além de sonhos, decepções e bilheteria. Não sou nenhum crítico de cinema, mas como parte da população brasileira, posso falar minha opinião sobre filmes produzidos por aqui. Não acho que a história rendeu bilheteria porque se trata de uma verdadeira obra de arte, mas simplesmente pela curiosidade em ver a história de uma moça que já recheou páginas de jornal, apareceu em inúmeros programas televisivos e ficou famosa por um blog em que postava sobre suas experiências e até dava notas.
A questão é que o filme, assim como o livro e outras aparições e reportagens sobre Raquel Pacheco - retratada pela atriz Deborah Seco " tem mostrado a história de uma prostituta que se deu bem na vida. O perigo, em minha opinião, não é tratar da prostituição de uma maneira próxima, contando a história de uma moça de classe média que não precisava "ganhar a vida" dessa maneira por necessidade, mas simplesmente porque queria fazer isso para não depender de ninguém. Só que a mídia tem visto o longa apenas como uma reprodução fiel do que seria a vida de uma garota de programa em nosso país.
Neste mês, o jornalista e crítico de cinema Zé Geraldo Couto, autor de vários livros, dentre eles "André Breton - A transparência do sonho", escreveu em seu blog que o filme parece mostrar que toda a trajetória de Bruna se justifica pelo desejo de independência profissional e financeira, quase como um filme de auto-ajuda, centralizado na mensagem "acredite nos seus sonhos". Realmente, parece que alguns esquecem que a vida da maioria das pessoas que resolveram entrar nessa espécie de comércio não é tão simples assim e quase nunca acaba com a vida de glamour, que agora parece ter com uma das atrizes globais mais famosas interpretando a personagem.
Minha crítica não diz respeito ao filme, mas a toda a repercussão da história de Bruna. Os programas de TV de grande audiência muitas vezes se esquecem de mostrar o outro lado, o da prostituição como algo que nem todas querem para si. Um mundo que muitas vezes está ligado ao consumo de drogas, ao crime, destruição de famílias, tráfico de mulheres, prostituição infantil ou mesmo a contração de doenças como a Aids. Bruna Surfistinha, o filme, é apenas um recorte de uma realidade muito mais complexa e obscura. Raquel pode ter alcançado seu objetivo de chegar ao topo, mas a maioria das mulheres que resolveram seguir o mesmo caminho não chegaram nem perto desse estrelato.
*Gilmaci Santos é deputado estadual e presidente estadual do PRB. Também participa das comissões de Defesa dos Direitos do Consumidor e de Economia e Planejamento.
Texto 4
A prostituição tem se tornado o cenário triste e degradante do turismo no Brasil, especialmente no Estado do Rio Grande do Norte. Trata-se de um problema social, que tem gerado outros tantos, como, inclusive, a exploração sexual de crianças e adolescentes, como temos visto noticiado nas principais redes de comunicação. Tomando como base os textos acima e seu conhecimento de mundo, escreva um texto dissertativo-argumentativo, respondendo criticamente ao seguinte questionamento:
“Como enfrentar o turismo sexual no Brasil e assegurar o respeito aos valores humanos?”
· Escreva entre 20 e 30 linhas.
· Dê um título ao seu texto.
· Concentre-se no tema e seja claro em sua exposição crítica.
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