domingo, 27 de março de 2011

O hífen depois do Acordo

Dúvida do amigo @teoramalho.

Não podemos duvidar de que o novo (já quase velho) acordo ortográfico traz dores de cabeças, confusões, síncopes... rs Mas como tem que ser, vamos aprender!
A maior dúvida de meus alunos reside no uso do hífen. E, de fato, esta parece ser a mais confusa das regras. Como resolver? Observe o seguinte...


1. Com prefixos, utilizamos sempre o hífen antes de palavras iniciadas com H.
Ex.: anti-herói, ultra-humano, sobre-humano.

2. Não utilizamos o hífen com prefixos terminados em vogal diferente da vogal que inicia o elemento seguinte.
Ex.: anteontem, coautor, autoescola, extraescolar.

3. Prefixos terminados com vogal igual à vogal do elemento seguinte exigem o hífen.
Ex.: micro-ondas, contra-ataque, anti-inflamatório.

4. Quando o prefixo termina com vogal e o elemento seguinte inicia com consoante diferente de R ou S, não usamos o hífen.
Ex.: antipedagógico, geopolítica, coprodução.
OBS.: Com o prefixo VICE, independente da situação, usa-se o hífen.
Ex.: Vice-prefeito.

5. Quando o prefixo termina com vogal e o elemento seguinte começa com R ou S, duplicamos a consoante e não usamos o hífen.
Ex.: antissocial, antirrugas, minissaia. (Estranho, mas é o que usa com o Acordo...)

6. Quando o prefixo terminar com consoante igual à consoante que inicia o segundo elemento, tome hífen.
Ex.: inter-regional, sub-bibliotecário, hiper-requintado.
OBS.: Agora quando as consoantes são diferentes, nada de hífen.
Ex.: superinteressante, hipermercado, intermunicipal.

É isso, povo!!! É bom manter o cuidado com o que muitos chamam de tracinho... É pequeno, mas causa um "rebuliço" medonho! ;D

Siga-me no TWITTER: @alanfilosofia

sábado, 19 de março de 2011

Duvidinhas de Sábado


Olá, povo! Vamos a algumas questões que andam perturbando meus seguidores no Twitter e que, com certeza, suas soluções ajudarão muita gente!

NADA HAVER / NADA A VER
- Pela Hóstia... Quando "nada a ver" tiver como contrário "tudo a ver", temos o pronome NADA + preposição A + verbo VER.
Ex.: Eu nao tenho nada a ver com a vida dos outros. (Ah, se o povo pensasse assim...)
- A expressão NADA HAVER não é utilizada com essa intenção.

RUSSO / RUÇO
- Interessante... Você deve estar pensando: e existe RUÇO com Ç? Existe sim!
- RUSSO é utilizado para referir-se a coisas que têm origem na Rússia.
Ex.: O povo russo não dança forró.
- RUÇO é utilizado quando quero dizer que algo é difícil...
Ex.: Fazer academia é ruço!

ENFARTE, INFARTO ou ENFARTO?
- Acredite... Todos os três casos são possíveis e aceitos. O que não rola é escrever: "Fulano sofreu um infarte!" Aí é de enfartar mesmo!

INFLIGIR ou INFRINGIR?
- INFLINGIR é utilizado quando se atribui um castigo a alguém.
Ex.: Ela nos infligiu a pena de não bebermos durante o Carnaval. (Sangue...)
- INFRINGIR é utilizado quando significa desobedecer.
Ex.: Mas eu infringi a pena e bebi um pouco. (Acreditemos!)

É isso, minha gente... Seguem as dicas que têm TUDO A VER com o bom uso da Língua. Assim, não ficará RUÇO comunicar-se com excelência e evitaremos INFARTOS por INFRINGIR as normas do amado Português. (Triste essa combinação que fiz, mas "tá" valendo!)

Beijos em todos!

Material - Motivação PROIFRN


Feliz com a aula dada no Motivação, com a turma do PROIFRN. Turma massa!!! Ano passado, conquistamos 96% de aprovação! Neste ano, alcançaremos a meta dos 100%!
A aula foi sobre ESTRUTURA E PROCESSO DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS.

CLIQUE AQUI PARA REALIZAR O DOWNLOAD DO ARQUIVO

sexta-feira, 18 de março de 2011

Morfossintaxe II - UERN - Aula 01

Amados... minha vida anda bem corrida por causa do Mestrado. Mas, ainda hoje, novas dicas virão.

Aproveito a ocasião para publicar aqui o material utilizado na Aula 01 de Morfossintaxe II da Graduação em Letras na UERN, disciplina que ministro no Campus de Macau/RN.

COMUNICAÇÃO COMO ENTENDIMENTO REQUISITAL PARA A MORFOSSINTAXE

CLIQUE AQUI PARA BAIXAR O ARQUIVO EM PPT

Bjs do tio!

sexta-feira, 4 de março de 2011

A, Há ou Ah??? Ahhhh...

Dúvida do primo blogueiro competentíssimo Rodrigo Medeiros. (@RdgMedeiros)


Na maioria dos casos, utiliza-se apenas o "a" no lugar do 'há" (verbo haver). Sendo assim, vamos elucidar a questão para não errarmos mais.

A - artigo ou preposição.
Utiliza-se "a" artigo quando quero definir o substantivo.
Ex.: Vi a vizinha hoje pela manhã.
Utiliza-se "a" preposição quando exigido pelo verbo.
Ex.: Vou a Macau neste carnaval. (Quem vai, vai A algum lugar. O verbo exigiu? Tome preposição "a"!)
Ainda se utiliza quando queremos representar distância ou tempo futuro.
Ex.: O banco fica a 800m da minha casa. (E da minha realidade... rs)
       Daqui a dois anos, minha vida será outra. (E meu salário também, assim espero.)

HÁ - verbo haver.
Esse é bem mais fácil. Utiliza-se quando significa existir ou tempo decorrido.
Ex.: muitas pessoas nesta sala. (Existem muitas pessoas nesta sala.)
       dez anos trabalho como professor. (Faz dez anos que trabalho como professor.)

DICA: Jamais mencione "Há dez anos atrás..." ou coisa parecida. Se já indica tempo decorrido, é claro que é para trás.

AH - interjeição.
Essa é a melhor... Aqui, utilizo quando quero demonstrar emoções, sejam elas quais forem. Veja os exemplos.
Ah, que saudade da minha infância... (Saudade)
Ah! Lembrei-me da fórmula! (Surpresa)
Você não vai para Macau? Ah... (Dó)
Ah, ah, ah, ah, ahhh... (Bom, aí fica por conta de sua imaginação!)

É isso! Use bem os a's de sua vida e seja alguém nota A na comunicação! ;)
@alanfilosofia (Siga-me no twitter!)

quarta-feira, 2 de março de 2011

Proposta de Redação nº3 - UFBA

Caros alunos e amigos... Segue uma das propostas de redação argumentativa mais interessantes que já vi. Foi submetida no último processo seletivo da UFBA. Creio que possa ajudá-los! Escrevam o texto e enviem para alaneufreire@gmail.com para que possam receber a análise.

Beijos do tio Alan Dantas.


Redação – UFBA 2010

• Escreva sua Redação, com caneta de tinta AZUL ou PRETA, de forma clara e legível.
• Caso utilize letra de imprensa, destaque as iniciais maiúsculas.
• Será atribuída pontuação ZERO à Redação que
– não se atenha ao tema proposto;
– esteja escrita a lápis, ainda que parcialmente;
– apresente texto incompreensível ou letra ilegível;
– esteja escrita em verso;
– apresente texto padronizado, comum a vários candidatos;
– POSSIBILITE, DE ALGUMA FORMA, A IDENTIFICAÇÃO DO CANDIDATO.

I.
O menino parado no sinal de trânsito vem em minha direção e pede esmola. Eu preferia que ele não viesse. [...] Sua paisagem é a mesma que a nossa: a esquina, os meios-fios, os postes. Mas ele se move em outro mapa, outro diagrama. Seus pontos de referência são outros.
Como não tem nada, pode ver tudo. Vive num grande playground, onde pode brincar com tudo, desde que “de fora”. O menino de rua só pode brincar no espaço “entre” as coisas. Ele está fora do carro, fora da loja, fora do restaurante. A cidade é uma grande vitrine de impossibilidades. [...] Seu ponto de vista é o contrário do intelectual: ele não vê o conjunto nem tira conclusões históricas — só detalhes interessam. O conceito de tempo para ele é diferente do nosso. Não há segunda-feira, colégio, happy hour. Os momentos não se somam, não armazenam memórias. Só coisas “importantes”: “Está na hora do
português da lanchonete despejar o lixo...” ou “estão dormindo no meu caixote...” [...]
Se não sentir fome ou dor, ele curte. Acha natural sair do útero da mãe e logo estar junto aos canos de descarga pedindo dinheiro. Ele se acha normal; nós é que ficamos anormais com a sua presença.

JABOR, A. O menino está fora da paisagem. O Estado de São Paulo, São Paulo, 14 abr. 2009. Caderno 2, p. D 10.

II.
Vinte anos se passaram desde a queda do Muro de Berlim. A cidade comemora com uma programação rica em atividades. Pode-se conferir, por exemplo, uma grande exposição de fotografias na Alexander Platz ou ver de perto a restauração da East Side Gallery, um pedaço de muro ainda existente que se transformou numa galeria de arte a céu aberto. [...]
Em Berlim, [...] tenho ouvido a afirmação recorrente de que o muro persiste enquanto paisagem interiorizada pelos habitantes da cidade. [...] Onde buscar esse muro internalizado? [...]
Tudo isso faz pensar nas cidades brasileiras, onde os muros tomam conta da paisagem, seja segregando favelas e bairros populares, seja cercando os condomínios fechados dos bairros nobres. Berlim nos ensina que o muro é forma-conteúdo, é produto e também processo, reflete e condiciona o modo como uma sociedade lida com a diferença. O muro também produz a diferença e radicaliza a ocultação do “outro”, transforma diferença em segregação e desigualdade.

SERPA, A. Muros internalizados. A Tarde, Salvador, 1o ago. 2009. Caderno Opinião, p. A 3.

III.
Todo muro tem dois lados. Se, do lado de cá, ele impede o avanço do nosso descaso para com os pobres; do lado de lá, ele vai servir de trincheira, casamata e torre para os que se aproveitam da pobreza “criminosamente” [...]. Com o muro, concretiza-se o que o Zuenir Ventura diagnosticou como uma cidade partida que, murada, será irremediavelmente repartida.

DAMATTA, Roberto. O problema do muro no Brasil. O Estado de São Paulo, 15 abr. 2009. Caderno 2. p. D 12.

Os três fragmentos oferecidos para a sua reflexão apresentam situações distintas, mas que se identificam ao tratarem dos muros visíveis e invisíveis que separam as pessoas.
A partir de uma análise das ideias desses fragmentos, produza um texto argumentativo — na forma de prosa que julgar conveniente — em que você discuta a desigualdade reveladora de muros visíveis e invisíveis no Brasil, sugerindo alternativas de mudança.

Mínimo de 20 linhas. Máximo de 30 linhas.
Apresente um título para seu texto.